Resumo
Introdução. O tédio nos processos educacionais tem sido associado em vários estudos a uma variedade de efeitos negativos. Acredita-se que o tédio seja causado por uma falha do ambiente em satisfazer nossa necessidade de excitação. Muitas ferramentas (escalas) foram desenvolvidas para sua medição, porém, essas escalas são projetadas para a medição do tédio global, ou seja, ao final do processo, não em suas etapas. O presente estudo busca desenvolver uma metodologia para avaliar o efeito do tédio nas etapas de uma aula universitária a fim de ter uma ferramenta para avaliação quantitativa de atividades específicas.
Metodologia. Uma escala de medição do tédio é proposta em conjunto com uma ferramenta de intervenção minimamente disruptiva. Os dados assim obtidos são submetidos a processamento matemático para reduzir o efeito da subjetividade (nível percebido de tédio) na escala. A metodologia proposta foi aplicada a um grupo de estudantes da Universidade da Costa Rica.
Resultados. O resultado mais importante foi a correlação entre atividades específicas em uma aula e o gradiente de tédio.
Discussão. A redução da variabilidade entre alunos obtida com o processamento matemático permite que a metodologia proposta seja utilizada para a análise quantitativa das etapas de uma aula com base no tédio percebido. Essas informações podem ser utilizadas para o desenho de processos de aprendizagem focados não apenas no processo global, mas em cada etapa dele, o que, até onde sabemos, não é alcançado por nenhuma das escalas comumente utilizadas.
Palavras-chave: Tédio; escalas de tédio; aprendizagem; ensino