Resumo
A partir da década de 1980, os críticos do conceito de segurança nas Relações Internacionais passaram a se concentrar em questões que até então não eram foco de estudos, incluindo a migração. Como parte dessas discussões, os acadêmicos da Escola de Copenhagen focaram na natureza subjetiva da segurança, considerando-a um ato de fala. Este artigo analisa como as autoridades nicaraguenses securitizaram seu discurso durante a crise migratória cubana ocorrida no final de 2015 e início de 2016. Por meio da análise do discurso e da exploração de dados, são examinadas as declarações do governo publicadas na mídia oficial El 19 Digital. A retórica do governo nicaragüense durante a crise dos migrantes irregulares cubanos serviu às autoridades sandinistas para justificar a militarização da fronteira e regular o fluxo que entrava no território, o que mostra a profundidade que atingiu o discurso da segurança na região.
Palavras-chave América Central; Segurança do Estado; política de migração; política governamental; imigração