Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar a construção de políticas de saúde mental durante a transição da escravidão ao capitalismo agrário na Jamaica, do final do século 18 a 1861, a fim de fazer uma cronologia que nos permita vislumbrar suas particularidades no contexto colonial. Assim, desvela-se como a gerenciamento de "demência" formou um papel mais geral no processo de disciplinamento e socialização das maiorias negras, em uma sociedade racialmente diferenciada, que constituiu mecanismos e dispositivos específicos para necessidades emergentes em um contexto de grande conflito. Para isso, analisamos fontes primárias da época –documentação estatal, textos e produções de figuras médicas e políticas relevantes, artigos de imprensa– bem como bibliografia especializada, para o contexto jamaicano, regional e global, com o objetivo de aprofundar o estudo do papel da medicina e da psiquiatria na emergência de discursos e políticas específicas para a construção do cidadão imperial.
Palavras-chave História do Caribe; colonialismo; cultura afrocreole; psiquiatria colonial; gestão da insanidade