Resumo
Este artigo surge da necessidade de buscar ferramentas intelectuais que favoreçam a compreensão das diferentes lógicas de investigação que caracterizam as diversas áreas sociais e humanísticas do conhecimento, particularmente para a formação de perfis acadêmicos e profissionais em campos interdisciplinares. O objetivo é argumentar que o raciocínio analógico pode servir como ferramenta mediadora do diálogo interdisciplinar, embora, para tanto, seja necessário reconhecer que somente por meio de uma leitura teórica da realidade é possível definir e justificar os critérios que validam as comparações analógicas. entre fenômenos diferentes. Para atender a esse objetivo, é analisado e exemplificado como o uso de analogias opera dentro da tradição do pensamento arqueológico. A partir disso, observa-se que, mesmo dentro de uma mesma tradição disciplinar, utiliza-se uma pluralidade teórica que busca dar conta da complexidade e da multiplicidade de dimensões que se entrelaçam nos fenômenos humanos e sociais. Consequentemente, sugere-se que, no caso da interdisciplinaridade, apenas uma atitude aberta à pluralidade teórica permitirá que essas ferramentas (analogias) auxiliem na descoberta das múltiplas dimensões que estão embutidas na complexidade humana.
Palavras-chave analogia; pluralidade teórica; interdisciplinar