RESUMO
Introdução: a insuficiência renal crônica é considerada um importante problema de saúde pública, uma vez que tanto a doença quanto o tratamento provocam impactos profundos em todo o contexto de vida da pessoa acometida.
Objetivo: compreender as repercussões da insuficiência renal crônica no contexto biopsicossocial de pacientes em tratamento hemodialítico.
Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, desenvolvido em um hospital referência regional para o tratamento de hemodiálise no Estado da Bahia, Brasil. Participaram do estudo 20 pessoas com insuficiência renal crônica, com idade superior a 18 anos, em tratamento hemodialítico. A coleta dos dados foi realizada durante o mês de dezembro de 2019 através de uma entrevista semiestruturada. Posteriormente, os dados foram sistematizados através da Análise de Conteúdo.
Resultados: evidenciou-se que a insuficiência renal traz repercussões multidimensionais para os pacientes, devido às dificuldades de inserção no mundo do trabalho, dificuldades relacionadas às restrições alimentares e hídricas, limitações relacionadas ao lazer e a prática de atividade física e impactos no exercício da sexualidade. Entretanto, apesar das limitações provocadas pela doença, os pacientes mostraram-se resilientes ao destacarem a importância do tratamento para garantia de sua qualidade de vida.
Conclusão: o estudo aponta para necessidade de construção de políticas específicas voltadas para redução dos impactos provocados pela Insuficiência Renal Crônica, uma vez que se trata de uma doença crônica e irreversível, com necessidade de tratamento permanente. Além disso, os achados ratificam a necessidade de avaliação individualizada e oferta de uma assistência holística e humanizada por parte dos profissionais de saúde como forma de minimizar os impactos do adoecimento.
Descritores: Insuficiência-Renal-Crônica; Percepção; Qualidade-de-vida