Resumo
No artigo a seguir, apresento uma versão alternativa da história de Cancún que tenta ir além do discurso do enclave estrangeiro de turismo de sol e praia, explorando as implicações do projeto para a soberania nacional, entendido como a última frente pioneira na “conquista do Leste”. Através de um cruzamento de fontes primárias e secundárias, proponho uma etnografia da história de Cancún que vai da implementação do projeto e os primeiros anos da cidade (1968-1977) às conjunturas que marcaram, a partir de então, a construção de um presente histórico ad hoc. O objetivo é entender como esse emblema do turismo internacional negocia sua identidade local, afirmando pertencer à nação e ao Caribe, sem descartar o nativismo pioneiro erigido como seu mito fundador. Isso nos permite vislumbrar até que ponto a invenção desse novo Caribe mexicano desestabiliza ou reatualiza os limites da narrativa nacional.
Palavras-chave Cidade nova; soberania; migração; história; identidade nacional