Resumo
Este artigo analisa os vínculos familiares na perspectiva das trabalhadoras das ferrovias metropolitanas de Buenos Aires num contexto de políticas de modernização e políticas de gênero. O objetivo consiste em analisar as noções de orgulho familiar e individual, e de honra masculina, com a finalidade de dar conta de como as próprias trabalhadoras mobilizam e redefinem um repertorio identitário e moral associado à''grande família ferroviária''. Na sua busca de um lugar legítimo numa atividade historicamente masculina, evidencia-se que o''sangue ferroviário'' (entendido como laços entre parentes) é mobilizado ativamente, mas nem sempre pelo fato de ele apresentar limitações e dimensões problemáticas, o que demonstra a necessidade de matizar a sua eficácia. A metodologia baseia-se numa análise profunda do conteúdo de entrevistas e em observações recorrendo à perspectiva micro-sociológica e adotando um enfoque interpretativo.
Palavras-chave Família; mulher; repertórios; transporte ferroviário; trabalhadora