Resumo
Este artigo demostra que apesar dos esforços da Inglaterra para eliminar o comércio de escravos, os interesses das elites escravagistas da América promoveram formas para que certas quantidades de escravos continuassem a entrar clandestinamente, em especial nos Estados Unidos, Brasil e Cuba. Nos territórios africanos, os mecanismos também funcionaram para eludir as proibições, uma vez que a economia dos enclaves coloniais, especialmente no Reino do Kongo e Angola), ainda dependia do comércio de pessoas e era difícil redirecioná-lo rapidamente para outras actividades. O mesmo poderia ser dito das sociedades africanas daquelas regiões, igualmente especializadas nesta atividade desumana, da qual dependiam. Estes fatores conspiraram contra uma rápida extinção do tráfico de escravos e são estudados neste artigo através de uma coleção de documentos publicada em Angola. Foram aplicados os métodos de análise bibliográfica e documental.
Palavras-chave Século XIX; abolição do tráfico de escravos; comércio clandestino de escravos; escravidão; sociedades africanas