Resumo
O artigo aborda as diferentes noções locais sobre "população flutuante" que aparecem nos discursos e práticas dos moradores de Ciudad Hidalgo, Chiapas, Mexico. Em sua fala, "população flutuante" é enunciada como sinônimo de residentes temporários, cuja origem se supõe ser a América Central, e como representação da "alteridade" problemática. Através da análise dos discursos locais, da configuração urbana e do mercado de trabalho desta cidade fronteiriça, mostra-se que a “população flutuante” encarna um paradoxo: por um lado, é nomeada pela sua temporalidade indefinida e pela sua alteridade, e é responsabilizado pela insegurança e pela infraestructura urbana deficiente, mas, por outro lado, é incorporado ao mercado de trabalho local como mão de obra barata e flexível, o que contribui para o fluxo comercial local e global. Conclui-se que estar “flutuando” é a condição do ator que afeta a nova dinâmica urbana no contexto de fronteira.
Palavras-chave Mobilidade humana; fronteira Sul do México; segregação urbana; construção da alteridade; precariedade do trabalho